Na passagem de Joaquim.

Joaquim, é uma história. Dizia-lhe a mãe ao repousar-lhe a febril cabeça na mão. Os sonhos que te esventram o sono, encerram-me o coração, mas de nada servem estas palavras se não se te amarram as lágrimas afilhadas da má hora. Infinitas são as letras da sorte e imaginárias as palavras de azar. Circundaram-te no feto crioulo os transeuntes do horizonte e o fármaco único das montanhas de aprendiz, e tranquei eu as portadas da luz rarefeita com o espículo do toldar das noites e o tridente ferrugento de Onutpen o caçador. Infeliz e sem êxito.

Joaquim cresceu aos olhos da avó. Carambolas de flores e ramos de rosmaninho de prata. Ardósias do temporal construíram-se na vila Rural Magenta e percorreram-se os caminhos fechados dos pintores da escuridão. Também viveu felicidades em neve, branca branca, e navegou de uma só vez o sentimento na peregrina perdição da mulher que viajou do sul. Estudou as chuvas da solidão e a arquitectura secular dos habitantes da natureza, e dormiu nos pedregosos espruces coníferos da recém-habitada terra do gelo verde.

Amedrontem-se os que têm na luz do fundo do túnel o fim. Jô aqui, quer ver que corpo emite a luz, que dita o fim do túnel. Que choros se digladiam na noite atrás da luz, ou que luz alimenta o volume da ternura que encadeados, pela luz do túnel, não vemos.

Joaquim iletrado escreveu as maravilhas do retalho moderno, e verteu a sua primeira lágrima adulta no esborratar do rímel com a língua, no embaciar dos cílios eucariotas do rosto, e na narrativa do usurpador de batons com os dentes.

Equilatrem-se os muros do triângulo do tempo.Joaquim é uma história.

1 comentário:

Ana disse...

uma palavra ... "sainete"...